O governo diz que o país tem funcionários públicos em excesso. A verdade é que o funcionalismo público corresponde a 12,1% da força de trabalho do país, o que está muito abaixo da média da OCDE, que é de 21,3%. Ter menos funcionários públicos em relação à média significa ter piores condições para prestar um atendimento de qualidade para a população.
O governo diz que é preciso modificar o sistema, não as pessoas. A verdade é que a Reforma Administrativa cria um sistema para favorecer o apadrinhamento político na administração pública.
O governo diz que a Reforma vai permitir a prestação de serviços públicos de qualidade. A verdade é que um serviço público de alta qualidade se faz com servidores públicos EFETIVOS, valorizados e adequadamente remunerados.
O governo diz que a Reforma agiliza a adequação de estruturas e cargos públicos. A verdade é que a PEC 32/2020 dá poder ao Presidente da República para joguete político, ao permitir reestruturações sem passar pelo Congresso Nacional, e favorece as rachadinhas.
O governo diz que a Reforma acaba com aumentos retroativos. A verdade é que, há muito tempo, os servidores não têm aumento real e algumas carreiras estão há mais de 5 anos sem sequer reposição da inflação.
O governo diz que atualmente os servidores não podem ser demitidos. A verdade é que as demissões já ocorrem por sentença judicial ou infração disciplinar. O que o governo quer é facilitar as demissões para perseguir quem não estiver alinhado com o governante de plantão.
O governo diz que os servidores melhor avaliados permanecerão na administração pública. A verdade é que o fim da estabilidade significa que ficarão apenas os mais alinhados com o governo de plantão.
O governo diz que o estágio probatório praticado hoje é mera formalidade. A verdade é que o próprio governo admite que há demissão no estágio probatório. Além disso, tratar como mera formalidade desconsidera o alto nível dos servidores aprovados em concurso público.
O governo diz que a Reforma garante a continuidade dos serviços com a troca de governante. A verdade é que, com o serviço público como cabide de empregos para os governantes de plantão, não há como falar em continuidade do serviço público.
O governo diz que as carreiras públicas continuarão atrativas. A verdade é que a redução de salários e falta de estabilidade tornarão a carreira menos atrativa e farão do serviço público um cabide de empregos para os governantes de plantão.